Cerca de 37% dos indígenas com mais de 18 anos atendidos pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 desde o início da campanha de vacinação, em 19 de Janeiro. A imunização dessa população é feita pelas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), que são responsáveis por levar atenção básica de saúde às áreas indígenas.
O Ministério da Saúde enviou 907.200 doses de imunizantes, contemplando duas doses por pessoa, aos 34 DSEI. A logística de distribuição das vacinas segue o Plano Nacional de Operacionalização contra a Covid-19 e conta com a parceria do Ministério da Defesa e das secretarias estaduais e municipais de Saúde para o transporte das doses até os distritos.
O secretário especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva, explica que muitas aldeias estão em região de difícil acesso e é necessária uma grande logística de transportes aéreo, fluvial e rodoviário, que depende também de condições climáticas favoráveis para voos e deslocamentos. Além disso, nas áreas mais remotas, não há sinal de celular ou acesso à internet, o que dificulta o registro imediato da inserção das doses no sistema de informação.
“Em áreas do estado do Acre, por exemplo, a equipe demora até nove dias para chegar na última aldeia. Além disso, em muitas regiões está chovendo nesta época do ano. Não ocorre atraso na vacinação, o que acontece, em alguns casos, é o atraso no lançamento dos dados das doses aplicadas por conta desta logística”, esclareceu o secretário.
O Brasil tem aproximadamente 755 mil indígenas cadastrados no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). Desses, 410 mil são maiores de 18 anos e poderão ser imunizados neste primeiro lote. Os 20 mil profissionais de saúde das Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena dos 34 DSEI também receberão o imunizante.
Desde o ano passado, a Secretaria Especial de Saúde Indígena vem promovendo um trabalho de conscientização nas aldeias. Os profissionais de saúde reforçam a importância de que todos sejam imunizados, ressaltam a não obrigatoriedade da vacinação, e reafirmam que as vacinas são seguras e possuem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial.
Os indígenas do contexto urbano ou rural serão imunizados pelos serviços municipais ou estaduais de saúde, de acordo com o cronograma de cada localidade.
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