Buscando melhores condições, oportunidades e liberdade para viver, o venezuelano Jonathan Perez escolheu o Brasil para recomeçar. Depois de perder o emprego e ver o país de origem entrar em estado de miséria, Jonathan foi atrás de uma vida digna para ele, a esposa e os quatro filhos. Após passar algum tempo nos abrigos instalados pelo Governo Brasileiro em Boa Vista (RR), em 2020 ele recebeu uma vaga de emprego em Curitiba (PR) por meio da Operação Acolhida do Governo Federal.
“É lamentável a situação da Venezuela. Aqui no Brasil, me sinto acolhido e estou agradecido por essa receptividade. Todos os que chegam aqui têm a vontade de conseguir uma oportunidade e consegui, por isso estou contente, principalmente porque poderei estar em um lugar livre com a minha família, onde podemos expressar o que sentimos, comer o que queremos”, conta Jonathan emocionado no voo rumo a Curitiba. “Na Venezuela, não se pode comer, não se pode fazer duas refeições ao dia. Temos medo de andar na rua ou falar qualquer coisa. Aqui posso trabalhar e oferecer uma vida digna à minha família”, completou.
O relato é de um dos 19,3 mil venezuelanos que chegaram ao Brasil e foram abrigados e interiorizados pela Operação Acolhida em 2020. A ação do Governo Federal foi desenvolvida para receber, abrigar e proteger os venezuelanos refugiados da crise provocada pelo regime ditatorial no país vizinho.
“A interiorização é o principal diferencial dessa operação. Nós oferecemos aos nossos irmãos venezuelanos a possibilidade de recomeçar e seguir suas vidas por conta própria. O Brasil tem história de solidariedade. O Governo Bolsonaro estende a mão aqui na América Latina aos nossos irmãos”, afirmou o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni.
Interiorizado há dois anos, o venezuelano William Pirez recomeçou a vida em Florianópolis (SC), junto da esposa. Ele conta que saiu do país devido às péssimas condições de vida, de saúde e econômicas, e foi no Brasil que encontrou uma oportunidade de recomeçar. Formado em engenharia de alimentos, hoje ele trabalha em uma rede de supermercados, mas já começou a investir em produção própria.
“Eu tinha a minha rede de produtos na Venezuela, mas chegamos a um ponto em que era inviável permanecer. A miséria chegou para todos. Fui muito bem recebido no Brasil, adoro Florianópolis e não quero ser um peso aqui. Pelo contrário, penso que posso dar minha contribuição para este país com meu trabalho”, ressaltou William, que já abriu uma pequena empresa e hoje vende produtos como compotas, pimentas e temperos.
Sujeitos de direitos
Os migrantes e refugiados são reconhecidos como sujeitos de direitos e todos os atores da interiorização trabalham para que o deslocamento ocorra de maneira voluntária, informada, segura e digna. No Brasil, mais de 265 mil migrantes e refugiados venezuelanos solicitaram regularização migratória.
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