A delegação de autoridades brasileiras encerrou a missão a Israel após uma agenda intensa de reuniões que trataram de temas como o combate à Covid-19 e ciência e tecnologia, e resultaram em acordos de cooperação. A comitiva esteve no país entre os dias 7 e 9 e se encontrou com representantes do governo de Israel e de centros de pesquisa científica na área de saúde.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que chefiou a missão, fez um balanço dos resultados alcançados, entre eles, instrumentos de cooperação na área de medicamentos e vacinas para a Covid-19. “Encerramos a missão a Israel com um pacote tecnológico sem precedentes na área médica e farmacêutica. Os instrumentos assinados com o governo e três instituições-líderes de pesquisa (Weizmann, Hadassah, Ichilov) trarão rápidos resultados em medicamentos e vacinas contra a Covid-19.”
“No médio prazo, a cooperação que estabelecemos com Israel colocará o Brasil na vanguarda do desenvolvimento e produção de remédios e vacinas para a Covid e outras doenças”, completou o ministro. “Estamos abrindo um canal científico com Israel para o enfrentamento da Covid-19. Disso vai derivar uma série de testes, de pesquisas conjuntas para o desenvolvimento de medicamentos. Se tudo der certo, o desenvolvimento de um medicamento revolucionário, o spray EXO-CD 24, mas não se limita a isso, outras formas de tratamento, vacinas também a partir da excelente qualidade do trabalho que está sendo desenvolvido no Brasil.”
“Encerramos a missão a Israel com um pacote tecnológico sem precedentes na área médica e farmacêutica. Os instrumentos assinados com o governo e três instituições-líderes de pesquisa (Weizmann, Hadassah, Ichilov) trarão rápidos resultados em medicamentos e vacinas contra a Covid-19“, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Cooperação na área de saúde
O ministro Ernesto Araújo comentou ainda que foi firmada cooperação, de curto prazo, com o Instituto Weizmann, para combate ao coronavírus. A parceria se dará entre o Weizmann e a RedeVírus, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), com a participação do Ministério da Saúde.
O Ministério das Relações Exteriores informou que o Instituto Weizmann tem 65 linhas de pesquisa sobre o Covid-19, incluindo desenvolvimento de vacinas.
As autoridades brasileiras ainda se encontraram com representantes do Centro de Pesquisa do Hospital Hadassah e do Centro Médico Sourasky, conhecido como Hospital Ichilov. Segundo o ministério, o Centro Médico Hadassah iniciou pesquisa clínica do medicamento já existente, Allocetra, para fins de tratamento do novo coronavírus. Já o Ichilov desenvolve o spray nasal EXO-CD 24, em ensaio clínico para verificar a eficácia em pacientes com Covid-19 em estado moderado e grave.
O Assessor Especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Felipe Martins, que integrou a comitiva, detalhou os resultados das reuniões com as instituições. “Com o Ichilov, foi aberto o caminho para que o Brasil seja o principal parceiro na 2ª e na 3ª fase dos testes do EXO-CD 24, bem como no desenvolvimento, aprimoramento e produção do spray nasal.”
Segundo ele, com o Hadassa, foi assinado um instrumento para cooperar nos testes do medicamento Allocetra em casos moderados e graves e no desenvolvimento de vacinas de produção própria, além de outras iniciativas de longo prazo.
Tecnologia espacial
Também foram traçadas as perspectivas da cooperação Brasil-Israel no campo espacial entre a Agência Espacial Israelense e a Agência Espacial Brasileira. No dia 8, o ministro Ernesto Araújo e integrantes da comitiva se reuniram com o diretor da agência israelense, Avi Blasberger. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, participou por teleconferência.
Eles discutiram a participação do Brasil no projeto israelense Beresheet-2, que envolve o desenvolvimento e o envio de espaçonave à Lua, com pouso planejado para 2024, e tem vertente científica e educacional.
O ministro Ernesto Araújo ainda foi recebido pelo chanceler de Israel, Gabi Ashkenazi, e os dois emitiram uma declaração conjunta onde trataram de avanços concretos na relação entre os dois países e destacaram a determinação de cooperar no combate à Covid-19.
“Falamos na cooperação com Israel na segurança, na cibersegurança, nos produtos de defesa e na ciência e tecnologia, na cooperação espacial”, ressaltou o ministro.
Na declaração conjunta, os chanceleres registram que “ambos comprometem-se a apoiar engajamentos e a fomentar parcerias entre institutos de pesquisa em Israel e no Brasil, nos setores público e privado, para o desenvolvimento de vacinas, tratamentos e medicamentos para o novo coronavírus”.
Ainda de acordo com a declaração, ambos reiteraram o interesse mútuo de Brasil e Israel em intensificar o diálogo e elevar a aliança a um patamar estratégico.
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