O número de produtores de cachaça e aguardente apresentou queda de 22,26% em 2019, na comparação com 2018. É o que mostra o estudo “A cachaça no Brasil – dados de registro de cachaças e aguardentes“, publicado ontem dia 22 de Julho de 2020 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
“Esse recuo no número de produtores registrados ocorreu, em grande parte, à redução do número de fabricantes de aguardente, que sofreu decréscimo de 41,57% quando comparado ao ano anterior, enquanto a redução do número de produtores de cachaça foi de apenas 5,99% no mesmo período“, diz o levantamento.
Esta é a segunda vez que o ministério publica um retrato do setor. Para comercializar aguardente e cachaça no Brasil, é obrigatório o registro no Ministério da Agricultura tanto do estabelecimento produtor, estandardizador e engarrafador quanto dos produtos. O ministério reconhece como cachaça, a bebida feita a partir do mosto (líquido) fermentado do caldo da cana-de-açúcar, com composição alcoólica que pode variar entre 38% e 48%. A aguardente pode ser também um destilado alcoólico simples, mas com com posição alcoólica entre 38% e 54%.
Entre outros pontos, o estudo constatou que houve aumento de 9,73% na quantidade de marcas de produtos classificados como cachaça, que saltou de 3.648, no ano de 2018, para 4003, em 2019.
No entanto, o estudo mostra também que houve redução drástica de 62,35% na quantidade de marcas de produtos classificados como aguardente. Com isso, o número de marcas passou de1862 para 701.
De acordo com o ministério, entre outros motivos, a redução deve-se ao fato de que muitos estabelecimentos estão com apenas um registro de produto, apesar de reconhecidamente produzirem mais de um tipo, seja com graduação alcoólica diferente, uso de diferentes madeiras, blends ou com envelhecimentos distintos.
“Esse fato contribuiu para uma diminuição de 14,63% no número desses produtos, quando comparamos o total de marcas nos dois anos“.
Bebida genuinamente nacional, a produção de aguardente e de cachaça no país está presente em em quase todos os estados, à exceção do Amapá, Amazonas e de Roraima, todos na Região Norte. A maior parte da produção se concentra no Sudeste. Segundo o estudo, a cachaça é produzida em 582 municípios brasileiros, o que representa 10,45% do total de municípios, contando também com o Distrito Federal.
No que diz respeito à produção de cachaça, o destaque fica com o estado de Minas Gerais, que concentra quase o triplo do segundo colocado, São Paulo. Somados, Minas Gerais (375), São Paulo (126), Espírito Santo (62) e o Rio de Janeiro (59) juntos concentram aproximadamente 70% dos produtores de cachaça registrados no país, com 622 estabelecimentos.
Em seguida vem a Região Nordeste com 129 estabelecimentos, correspondendo a 14,4% do total de produtores, com destaque para os estados da Paraíba (33), Bahia (23), do Ceará e de Pernambuco, com 20 produtores cada.
Depois vem a Região Sul com 101 produtores, o que representa 11,3% do total. O Rio Grande do Sul é o estado com o maior número de produtores registrados, 53; Santa Catarina tem 30 e o Paraná 28.
O Centro-Oeste, com 33, representa 3,7% do total de produtores, com destaque para Goiás, com 28. A Região Norte tem nove produtores, concentrados no Pará (4), Tocantins (4) e em Rondônia (1), com a menor parcela, de 1% do total registrado.
De acordo com o estudo, a produção de aguardente ocorre em 248 municípios brasileiros, contando com o Distrito Federal, representando 4,45% do total. Com maior representatividade aparece o Sudeste, com 134 municípios, o que é aproximadamente 8% das cidades com produção de aguardente. A Região Sul tem 55 municípios produtores; o Nordeste, 46; o Centro-Oeste, oito, e o Norte, cinco.
Na produção de aguardente, o destaque também fica com Minas Gerais, que tem 81 produtores registrados. Em seguida vem São Paulo, com 75, Santa Catarina, 36, o Rio Grande do Sul, 30, Espírito Santo, 24, o Ceará, 21, Pernambuco,18, o Paraná, 16, Rio de Janeiro,12, e a Bahia,12.
“O estado que mais perdeu posições em relação ao ano anterior foi o Ceará, que ocupava a segunda posição em 2018 e caiu para a sexta posição. O que mais se destacou foi Santa Catarina, passando da oitava para a terceira posição“, diz o estudo.
Informações: MAPA
Via: ebc
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