Regras mais modernas para simplificar, desburocratizar e atrair investimentos para a aviação geral brasileira. No Palácio do Planalto, foi lançado, nesta quarta-feira dia 07 de Outubro de 2020, o programa Voo Simples, que traz mais de 50 medidas que vão ajudar a reduzir os custos do setor, os impactos causados pela Covid-19 e gerar mais empregos.
A ação é da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do Ministério da Infraestrutura, e promete criar um novo ambiente de negócio. Segundo o Ministério da Infraestrutura, o Voo Simples beneficia toda a indústria de aviação, especialmente, profissionais do setor e empresas aéreas de pequeno porte.
O diretor-presidente substituto da Agência Nacional de Aviação Civil, que participou da cerimônia de lançamento do programa, Juliano Ancântara Noman, falou sobre o objetivo de se implementar essas medidas.
“Vocês acham que faz sentido uma pequena empresa ter o mesmo regulamento e os mesmos requisitos regulatórios de uma grande empresa, dadas as diferentes complexidades das operações das aeronaves e tudo mais? Não faz muito sentido; e nós precisamos acabar com isso”, defendeu Juliano Ancântara Noman, O Voo Simples prevê medidas diferenciadas de acordo com o tamanho da empresa de táxi aéreo, para que novos operadores de pequeno porte entrem no mercado e prestem serviços à população a um custo mais baixo.
Além disso, está prevista a simplificação dos processos para fabricação, importação ou registro de aeronaves. “Um programa que vem para tirar da frente a burocracia, tirar da frente o que não é necessário, e focar naquilo que realmente importa”, acrescentou Juliano Noman.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, que também participou da cerimônia, defendeu a importância do programa para desburocratizar o setor de aviação no país.
E disse que é um compromisso do governo tornar a vida do brasileiro mais fácil, mais barata e simples. “Nós vamos transformar a aviação civil brasileira e aproveitar o enorme potencial que nós temos fazendo com que o brasileiro voe mais. Com que a aviação executiva cresça, com que a aviação agrícola cresça, que a aviação experimental cresça, enfim, fazendo com que o Brasil decole”, disse.
“No país que inventou a aviação, no país de Santos Dummont, nós voamos pouco. E voamos pouco porque nós perdemos o gosto de voar. Voar se tornou burocrático. Voar se tornou custoso. Voar se tornou um sofrimento. Sofrimento estampado nas lágrimas dos pilotos que nos procuram dizendo que estão perdendo a sua habilitação, porque não conseguem cumprir as exigências, não conseguem arcar com os custos”, afirmou o ministro.
Tarcísio Freitas lembrou que o programa Voo Simples se alia a outras iniciativas já lançadas pelo Governo Federal para incrementar o setor de aviação no Brasil. “Nós estamos conduzindo o maior programa de concessões do mundo e devemos leiloar, até o final do Governo do Presidente Bolsonaro, mais 42 aeroportos. Fizemos 12 e estamos com 22 lá no TCU [Tribunal de Contas da União]; e tenho certeza que esses leilões serão um grande sucesso”, afirmou.
Segundo ele, para voar, o Brasil precisa investir em infraestrutura, tanto nos aeroportos da Infraero, como nos aeroportos regionais. “E é por isso que na próxima reunião do Conselho a gente vai lançar a primeira parceria público-privada para aeroportos regionais na região da Amazônia, para dar infraestrutura para as empresas que querem voar, que querem fazer a diferença para aquelas pessoas que precisam do transporte aéreo para sobreviver”, anunciou o ministro.
Outras medidas previstas no Programa Voo Simples
- Atualmente, dependendo do tipo da aeronave, o piloto precisava fazer treinamento de simulador uma vez por ano. Agora, com o Programa Voo Simples, este prazo será ampliado uma vez a cada 24 meses.
- Na aviação agrícola, que é responsável por borrifar produtos nas plantações, para cada lavoura pulverizada, deveria existir uma certificação por voo. O Programa Voo Simples deverá acabar com essa regra.
- Hoje em dia, o copiloto e o comandante recebem o mesmo treinamento técnico para operar a aeronave. O programa Voo Simples propõe treinamentos diferenciados aos profissionais do setor, reduzindo, assim, custos para a empresa. “Queremos tornar a vida do copiloto mais barata, para que ele comece a trabalhar, ingresse no mercado, para que aí ele possa almejar um outro voo, fazer um novo treinamento”, explicou o ministro da Infraestrutura.
- Também será reduzida a lista de documentos obrigatórios que deverão estar a bordo da aeronave durante o voo. E os documentos cobrados serão migrados para o formato digital.
- Deverá ser modificado o formato e o funcionamento do Registro Aeronáutico Brasileiro. “Vai ser mais barato aceitar e certificar aeronaves. Vão diminuir as tarifas. Nós vamos simplificar a vida da aviação experimental. Isso sem perder absolutamente nada no que diz respeito à segurança”, disse o ministro.
- Não existe hoje regulamentação específica sobre operação anfíbia, a partir do mar ou rio por uma aeronave. O programa Voo Simples prevê esse tipo de operação em águas brasileiras.
- O programa Voo Simples prevê ainda a ampliação de locais habilitados de provas necessárias para a obtenção de licenças de pilotos, comissários, mecânicos e despachantes. Atualmente, apenas 13 escritórios da Anac em sete estados estão habilitados para isso. Este número será ampliado para todos os estados da federação, em 50 localidades.
- Outra mudança se refere às habilitações de aeronautas. Algumas habilitações, como, por exemplo, para operar uma classe de aviões em específico, chegam a ser renovadas anualmente. Com o programa, elas não terão vencimento. Serão exigidos do profissional os exames de saúde e a comprovação dos treinamentos.
Informações: Minfra
Post: G. Gomes
Views: 32