A terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo decidiu ampliar suas atividades no mercado de maneira estratégica e audaciosa. A Embraer anunciou a compra da Tempest Serviços de Informática, líder no setor de segurança cibernética, em uma transação que deve movimentar grandes cifras, afinal, esse setor gera, por ano, algo perto dos R$ 8 bilhões.
Essa ação da fabricante pode ser considerada uma resposta ao fracasso das negociações para a fusão com a Boeing, que acabou prejudicado, entre outras coisas, pela crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Além de adquirir a Tempest, a Embraer também fez um aporte de R$ 20 milhões na Kryptus, uma empresa que fornece soluções de criptografia para as Forças Armadas. Tudo isso estará sob o guarda-chuva da Atech, uma subsidiária da Embraer que cuida dos sistemas tecnológicos da companhia.
De acordo com Jackson Schneider, presidente da Embraer Defesa e Segurança, as empresas funcionarão de modo complementar e esse investimento já estava previsto, uma vez que, com a realidade provocada pela pandemia, o aumento dos crimes cibernéticos foi sensível, o que, no fim das contas, acabou sendo uma oportunidade de negócio. “O trabalho será mais virtual, assim como processos e ferramentas. É preciso atender a necessidade de segurança no tráfego de dados”, disse, em entrevista à Folha de S.Paulo.
Entendendo o negócio: Ao entrar nesse mercado, a Embraer pode mirar duas situações. Com relação à defesa, as demandas serão controladas pela Kryptus que, entre outras coisas, faz uso de inteligência artificial para a proteção de usinas elétricas e nucleares, além do uso de critpgrafia para o sistema de fronteiras do Exército. Além disso, é importante ressaltar que outro ponto sensível que a empresa pode atingir é a segurança espacial, pois boa parte das atividades cibernéticas passa por satélites.
Já com relação à Tempest, as coisas se ampliam. O Brasil é o segundo país mais afetado por crimes cibernéticos contra empresas financeiras, com cifras que giram na casa dos US$ 10 bilhões, perdendo apenas para a Rússia. Segundo Schneider, a Embraer mira outros mercados e deve expandir seus negócios.
Via: Canaltech
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